Crise energética e alternativas para Portugal
Portugal é dos países da União Europeia que mais aumentou o consumo energético per capita. Para produzir uma mesma unidade de riqueza, em Portugal gasta-se actualmente mais 12% em termos energéticos do que se gastava em 1991.
Aumentámos principalmente os nossos valores energéticos no sector doméstico e também no sector dos transportes. Estes dados tornam visivel que em termos de poupança e eficiência energética o nosso país vai exactamente no caminho inverso àquele que seria necessário concretizar para beneficiarmos em termos económicos e ambientais.
Esta consequência da ausência de uma estratégia para a energia, baseada na maior eficiência, tem consequências profundamente gravosas a diversos níveis.
Desde logo, temos obrigações, decorrentes do acordo de partilha de responsabilidades com vista ao cumprimento do protocolo de Quioto, que nos obriga a não aumentar em mais de 27% as nossas emissões de gases com efeito de estufa (onde o CO2 tem um papel muito significativo, e consequentemente todo o sector dos transportes) até aos anos de 2008 a 2012, com valores de referência de 1990. Só para termos uma ideia, hoje em dia já aumentámos essas emissões em mais de 40%.
Este deslize de valores deve-se fundamentalmente à irresponsabilidade dos sucessivos Governos na adopção de medidas internas com o objectivo directo de diminuição de emissão de gases com efeito de estufa. O que esperar a partir daqui? Ou Portugal embarca no comércio de emissões, com vista a adquirir no estrangeiro quotas para poder poluir mais (o que vai custar caro ao bolso dos portugueses, na medida em que a tonelada de CO2 se situa já perto dos 30€) ou Portugal se obriga a fazer investimentos limpos em países em desenvolvimento; ou então está sujeito a pagar pesadas multas pelo incumprimento das suas obrigações internacionais. Isto é, em qualquer dos casos a opção cairá sempre em investir lá fora o que nunca se investiu cá dentro, e ao mesmo tempo continuar a poluir mais e mais, comprando licenças para poluir. Esta estratégia é profundamente condenável.
Por outro lado, o nosso país depende em quase 90% do exterior em termos energéticos, e dentro desse valor dependemos em cerca de 60% do petróleo. Aqui está uma dependência que nos torna vítimas incontornáveis da crise do petróleo a que se tem vindo a assistir, e que é bem demonstrativa da irresponsabilidade e incompetência dos Governos em relação ao sector energético.
Que solução? O que “Os Verdes” entendem é que para além de uma estratégia absolutamente necessária tendente a diminuir os nossos gastos energéticos, seja no sector dos transportes, como no sector doméstico, como no sector industrial como noutros sectores, é fundamental que Portugal desenvolva uma forte aposta no aumento do uso de um leque variado de fontes de energia renováveis endógenas, nomeadamente as eólica, solar, de marés, geotérmica e biomassa, garantindo a promoção destas fontes de energia por forma a torná-las competitivas e acessíveis. Os incentivos fiscais e a canalização de uma fracção do imposto sobre os produtos petrolíferos nestas vertentes são mecanismos importantes a implementar.
Estes serão os únicos caminhos sustentáveis para conseguirmos tornar-nos menos dependentes do petróleo e para conseguirmos cumprir o protocolo de Quioto.
Aumentámos principalmente os nossos valores energéticos no sector doméstico e também no sector dos transportes. Estes dados tornam visivel que em termos de poupança e eficiência energética o nosso país vai exactamente no caminho inverso àquele que seria necessário concretizar para beneficiarmos em termos económicos e ambientais.
Esta consequência da ausência de uma estratégia para a energia, baseada na maior eficiência, tem consequências profundamente gravosas a diversos níveis.
Desde logo, temos obrigações, decorrentes do acordo de partilha de responsabilidades com vista ao cumprimento do protocolo de Quioto, que nos obriga a não aumentar em mais de 27% as nossas emissões de gases com efeito de estufa (onde o CO2 tem um papel muito significativo, e consequentemente todo o sector dos transportes) até aos anos de 2008 a 2012, com valores de referência de 1990. Só para termos uma ideia, hoje em dia já aumentámos essas emissões em mais de 40%.
Este deslize de valores deve-se fundamentalmente à irresponsabilidade dos sucessivos Governos na adopção de medidas internas com o objectivo directo de diminuição de emissão de gases com efeito de estufa. O que esperar a partir daqui? Ou Portugal embarca no comércio de emissões, com vista a adquirir no estrangeiro quotas para poder poluir mais (o que vai custar caro ao bolso dos portugueses, na medida em que a tonelada de CO2 se situa já perto dos 30€) ou Portugal se obriga a fazer investimentos limpos em países em desenvolvimento; ou então está sujeito a pagar pesadas multas pelo incumprimento das suas obrigações internacionais. Isto é, em qualquer dos casos a opção cairá sempre em investir lá fora o que nunca se investiu cá dentro, e ao mesmo tempo continuar a poluir mais e mais, comprando licenças para poluir. Esta estratégia é profundamente condenável.
Por outro lado, o nosso país depende em quase 90% do exterior em termos energéticos, e dentro desse valor dependemos em cerca de 60% do petróleo. Aqui está uma dependência que nos torna vítimas incontornáveis da crise do petróleo a que se tem vindo a assistir, e que é bem demonstrativa da irresponsabilidade e incompetência dos Governos em relação ao sector energético.
Que solução? O que “Os Verdes” entendem é que para além de uma estratégia absolutamente necessária tendente a diminuir os nossos gastos energéticos, seja no sector dos transportes, como no sector doméstico, como no sector industrial como noutros sectores, é fundamental que Portugal desenvolva uma forte aposta no aumento do uso de um leque variado de fontes de energia renováveis endógenas, nomeadamente as eólica, solar, de marés, geotérmica e biomassa, garantindo a promoção destas fontes de energia por forma a torná-las competitivas e acessíveis. Os incentivos fiscais e a canalização de uma fracção do imposto sobre os produtos petrolíferos nestas vertentes são mecanismos importantes a implementar.
Estes serão os únicos caminhos sustentáveis para conseguirmos tornar-nos menos dependentes do petróleo e para conseguirmos cumprir o protocolo de Quioto.
Se for prosseguida uma estratégia e uma política energética, com base nos princípios acima enunciados e garantindo o investimento necessário à sua implementação, Portugal ganhará do ponto de vista económico, ambiental e social e consequentemente estaremos a dar um passo determinante para a promoção do desenvolvimento sustentável em Portugal.
Face às propostas, entretanto surgidas, de instalação de uma central nuclear em Portugal, importa referir o seguinte: as necessidade energéticas no país não justificam a construção de uma centra nuclear – uma central nuclear não garantiria a sua sustentabilidade e rentabilidade apenas com as necessidades energéticas de Portugal; para além disso, a nossa dependência do petróleo situa-se maioritariamente no sector dos transportes, questão que uma central nuclear não viria resolver, o que significaria que acrescentaríamos um problema sobre outro problema; para além disso aumentaríamos a nossa dependência do exterior, dado que necessitaríamos de urânio, e mais uma vez acrescentaríamos um problema ao país; por outro lado, todos conhecemos os riscos associados ao nuclear e em termos de segurança estaríamos a colocar uma “bomba” no país sem qualquer necessidade, não apenas decorrente dos resíduos radioactivos produzidos, como também pelo facto de sermos um país com um risco sismíco considerável, como até do ponto de vista do foco de atenções para actos terroristas. Esta proposta de construção de uma central nuclear em Portugal, não representa mais do que um desejo de investimento do poder económico, que em nada, mas em nada mesmo, beneficiaria o país, as populações e o interesse público em geral.
É por isso que “Os Verdes” são veementemente contra a hipótese, por mais remota que possa parecer, de construção de uma central nuclear em Portugal.
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